quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Trip Portugal - de Algarve à Nazaré

Portugal! Fora do normal!

Tudo começou de forma meio inexperada. Uma visita ao irmão que está morando longe, uma vontade tanto minha quanto dos meus pais por conhecer Portugal. Na verdade, uma vontade antiga na família que começou com a minha avó! 

Bom, indo para lá queria conhecer mais. Não bastava a famosa Lisboa, Cascais e arredores que já tinha visto em fotos. Queria um lugar mais diferente, mais fora do comum, fora da cidade, um lugar fora do normal. E ainda com praia, onda e sol, claro!

Pesquisando a região do Algarve, descobri Lagos com as várias praias próximas: Carrapateiro, Sagres, Arrifana e muitas outras. Pronto! Lagos era o destino perfeito para tudo aquilo que procurava.

Eram apenas 8 dias em Portugal e como minha mãe, ao contrário de mim, é bastante urbana, foram apenas 4 no Algarve. Ficou aquela sensação de "vou ter que voltar com mais tempo", mas do jeito que sou, ia querer ficar mais mesmo se fosse 1 mês.

Para minha sorte, meu irmão conseguiu se juntar nessa trip mais rural de Portugal e ainda levou todo o equipamento: 3 long john, pra ele e quem quisesse, 1 prancha de surf,  dividida irmamente, 1 pipa e 1 prancha de kite. A bagagem dele era uma mochila com as roupas + 2 malas grandes + 2 pranchas pra 4 dias, mas mesmo se fosse apenas 1, aposto que ele ia levar a mesma bagagem. Ainda bem!

Comprei as passagens antes de definir o lugar, então chegamos por Lisboa e pegamos a estrada para 3, 4 horas depois chegarmos em Lagos. Se soubessemos antes os destinos, perto dali, 30min mais ou menos, tem o aeroporto de Faro.

No nosso 1o dia fomos a Sagres, onde tem o forte e, embaixo, a praia. Na pousada nos indicaram como sendo a melhor para o surf.




A agua estava gelada, uns 18o, mas o long cumpriu o seu papel e as ondinhas foram uma boa diversão. 



Um visual diferente, com um penhasco enorme de pedras, umas ondinhas para o batismo em Portugal e um bom jantar, deu o gostinho do que estava por vir.

No outro dia fomos à Carrapateira, uma praia no meio do nada, linda e totalmente isolada. Chegamos no alto do morro onde tem uma vista de toda a praia. São alguns quilômetros sem nada em volta, só a praia, ondas e nada mais. Um verdadeiro paraíso.






A água estava menos fria, uns 20o, as ondas com 1m e bastante volume e alguns surfistas, mas nada como o Arpoador. Para o meu irmão, o melhor mar dos últimos anos. Eu gostei, mas não era o tipo de mar ideal pra mim, o mar pesado demais e a prancha tinha mais flutuação que a minha, mais difícil de dar o golfinho. Mas valeu, como valeu!


No outro dia íamos para Arrifana, mas como já tínhamos que fazer o checkout 12h e ficava um pouco mais distante, repetimos a dose, Carrapateira novamente. Saímos as 7h para dar tempo dos dois surfarem. 

Como sei que vou voltar, e com muito mais tempo, sem problema. Na próxima fico uns 30 dias e repito pelo menos 1 vez cada uma das praias. 

Chegamos em Lisboa no final da tarde. Meu irmão se despediu de nós e seguimos a viagem, eu procurando as praias e minha mãe, a cidade.

No dia seguinte acordamos sem pressa. A idéia era ir a Cascais e Guincho, uma das praias mais conhecidas de Portugal. Chegamos na praia e a temperatura já era completamente diferente do sul quentinho de Algarve. Se em Algarve estava uns 20 e tantos graus, Guincho estava uns 20 e poucos e o mar numa ressaca boa pra se ver!




Saindo de lá fomos para Cascais. A cidade tem aquele típico ar de praia e os restaurantes que tinham nos indicado estavam fechados. Fecham por volta de 15h e só reabrem para jantar, umas 18h. Estávamos famintos e paramos num de frutos do mar que estava aberto. Não foi a melhor refeição, mas em Portugal sempre se come bem (mesmo ruim, é bom) e não morremos de fome.



O restaurante ficava no centrinho de Cascais e junto dele várias lojinhas. Saímos de lá ja de noite e voltamos à Lisboa.

Sintra, outra cidade bem próxima de Lisboa foi a escolha do 2o dia. Com seus vários palácios e ar colonial, vale uma visita. 

Lá tem os tuk tuks onde os guias vão contando as histórias e os visitantes curtindo a paisagem. Demos sorte com o tempo, pois chove bastante na região. Quando fomos, estava um sol bem gostoso que com certeza deixou o passeio ainda mais bonito. 




O centrinho começa bem discreto e cresce a medida que se entra e sobe as ruas. Não deixe de entrar porque você vai descobrir ruelas bem charmosas e muito artesanato típico.

A cidade de Fatima estava entre as prioridades da minha mãe. Olhando o mapa, ainda antes de começar a viagem, vi que apesar de não ser muito próxima, a famosa praia de Nazaré ficava na mesma altura só que na costa. Pronto! Iríamos à Fatima e depois carregava todos à Nazaré.

O passeio do dia começou por Fatima, onde assistimos uma missa na capela e depois... Nazaré. 

Chegamos em Nazaré e queria encontrar o famoso farol, que já tinha visto em milhares de fotos. Perguntamos num vilarejo e nos indicaram seguir em direção à praia de Nazaré do Norte, depois o mirante e, por fim, o farol. Quando finalmente encontramos, descobri que estava tendo um campeonato e que a Maya e o Burle, entre outros surfistas conhecidos mundialmente, estavam participando. Era a volta da Maya depois do acidente 1 ano antes, em 2014.

Conhecer Nazaré foi transformar em realidade tudo aquilo que imaginei, criei. E o melhor de tudo é que a realidade é ainda melhor, mais fantástica! 

A força da natureza, a força das ondas, a energia que você sente quando vê aquelas ondas enormes, não dá pra descrever. Nem em palavras, nem em fotos. Só mesmo sentindo. Só mesmo indo. E que sorte eu tive de estar lá num dia com swell e com todos esses surfistas!









Saímos de lá por volta de 17/18h e ainda paramos em Óbidos, que estava em nosso caminho de volta e uma das cidades imperdiveis segundo algumas das indicações. A cidade fica dentro de um castelo e é um charme só. Chegamos lá ja era de noite e fomos ainda conhecer as lojinhas de artesanato, que são inúmeras, e "almoçar". 

Mais uma vez as indicações estavam fechadas e recorri a um senhor que estava fazendo uma entrega com seu caminhão. O senhor, que produzia pão para os restaurantes, nos indicou um  "mais simples, mas muito bom" onde comi o melhor arroz de polvo de todos. Saímos de lá já de noite e voltamos pra casa.

A viagem já estava terminando e em Lisboa mesmo eu não tinha ficado nem um dia. Os últimos 2 dias foram então pra conhecer um pouquinho dessa cidade que encanta a tantas pessoas.

A torre de Belém a beira mar com direito a seu famoso pastel com suas filas independente da hora do dia e por isso mesmo sempre fresquinho, foi um dos passeios escolhidos. Mais uma vez o dia estava lindo e a temperatura agradável, bem diferente do calor do verão. Visitamos o monumento aos descobridores, caminhamos ao longo do mar assistindo a uma regata, conhecemos a torre e comemos o pastel fresquinho e quentinho!




Dali fomos para o bairro alto onde zanzamos sem muito destino pelas ruas e lojinhas e terminamos o dia com um lindo pôr do sol no castelo de Sao Jorge acompanhados de uma taça de vinho branco. Um final perfeito para um dia bem agradável na capital de Portugal.






No último dia não tinhamos um lugar específico pra conhecer e fomos curtindo o dia, descobrindo as ruas e lugares. Começamos pela famosa Rua Augusta onde descemos até a Praça do Comércio. Ficamos ali um tempo curtindo o visual e depois seguimos para o bairro do Chiado. 




Descobrimos o Armazém do Chiado e as lojinhas mais modernas próximas a Rua Garrett. Assistimos a uma apresentação de dança na rua e gastamos os últimos euros. 


Ao chegar em casa, meu pai se deu conta de que haviam levado sua carteira que, pelo que falaram e vimos, fato muito comum em Lisboa. No 1o dia tentaram roubar a minha voltando para casa de noite depois do jantar, mas ouvi o barulho do fecho da minha bolsa que era de pressão e fiquei ligada que tinham dois "turistas" próximos olhando o mapa como se estivessem perdidos. Depois disso fiquei mais atenta e eles acabaram seguindo seu caminho quando viram que eu já tinha percebido.

Como o cartão do meu pai já não estava funcionando, tinha somente £ 50 e eu e minha mãe ainda tínhamos nossos cartões, não demos muita bola e continuamos achando a viagem a Portugal muito especial.

No dia seguinte já era hora de madrugar e voltar a Londres para reencontrar os sobrinhos, curtir os últimos dias de férias e começar a planejar a volta à Portugal, afinal ainda ficaram muitas praias fantásticas pra conhecer!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Exposição de fotos do @bbezerra84 na Casa Ipanema

Vai rolar uma exposição de fotos do @bbezerra84 na Casa Ipanema amanhã dia 14/01 de 17 as 21h com direito ainda a showzinho dos Novíssimos. Ele é especialista em fotos dentro d'água e tem muitas fotos bacanas!

Quando: 14/01/2015
Onde: Casa Ipanema na Rua Garcia D'Avila, 77 - Ipanema


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Downwind Buzios / Cabo Frio

Vai rolar um downwind de Buzios (Tucuns) a Cabo Frio (Praia do Forte) neste sabado dia 09/01! Pra quem curte uma nova experiência, é uma excelente oportunidade de curtir um visual bacana enquanto se diverte kitesurfando por 22 km. Não é pra qualquer um, mas com certeza é marcante pra todos! Os guias são o André Penna que já fez vários downwinds pelo NE, inclusive com um relato no www.visualnatural.eco.br falando desde os preparativos até os perrengues e surpresas da experiência, e o Victor Ribas, grande surfista brasileiro tendo competido por vários anos no WCT.

Quem tiver interesse, dá uma olhada no site. As saídas vão acontecer até fevereiro/2016. 


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Trip Barra Grande, Delta do Parnaíba, Praia do Macapá e Jeri - CE / por Ciça Galli

Quase tão bom quanto viajar é curtir a viagem dos amigos! Através das fotos e relatos vamos juntos aproveitando a viagem por uma outra perspectiva e, claro, já fazendo planos para uma próxima trip! Essa viagem da nossa amiga não foi diferente. 
Passou por lugares incríveis como o Delta, Barra Grande e a já tradicional para os velejadores, Jericoacoara. Cada foto que eu curtia, era como se estivesse lá. E porque não? Em espírito com certeza estava!

Barra Grande


Nossa kite trip começou em outubro, na praia de Barra Grande. Linda, tranquila, distante das grandes cidades, o local atrai muitos velejadores, mas ainda não é tão popular como Jeri. Na noite em que chegamos ficamos impressionados com a beleza do céu estrelado. Passamos um bom tempo só deitados na areia admirando um visual perfeito, com várias estrelas cadentes. Sentindo a brisa forte e imaginando os dias maravilhosos que estavam por vir.



Começamos em três a nossa kite trip: eu, Veve e Paulo. Ficamos na Pousada Ventos Nativos que é muito bem localizada e tem uma área verde linda, na beira da praia. De manhã após o café da manhã a gente fazia alongamento e meditação no gramadinho entre os coqueiros e com um super visual!
O vento pela manhã é terral mas lá pelas 11h ele muda e as condições ficam perfeitas. Nesse horário já estávamos a caminho da praia, na direção da Kite Escola Paraíso, do casal João Bosco e Isabel, que coordenam um projeto social belíssimo (como aquele do Zu Kite da Silva), disseminando o esporte com os moradores da região. Enquanto a Veve fazia aulas com o Eliezio, eu e Paulo nos revezávamos no velejo e nas fotos. 



























No fim do dia rolava um downwind até a lagoa do pôr-do-sol, onde o Paulo se divertiu bastante. Com vento que chegou a 35 knots, foi fundamental ter kite pequeno, de 7m (que pode ficar over). A volta do passeio da lagoa era de charrete até a pousada.








O lugar é super tranquilo e os meninos do projeto da escolinha de kite são ótimos! Um dia voltamos caminhando pra pousada e acabei esquecendo meu trapézio na areia. Só me dei conta de noite, quando voltei ao local e não havia nada... no outro dia, porém, os meninos vieram me entregar o equipamento que tinha sido guardado por um deles.
De noite as opções gastronômicas são ótimas. De comida gourmet, a pizza e hamburger (até vegetariano!). Mas Barra Grande, diferente de Jericoacoara, não tem uma noite muito agitada. É um lugar bem tranquilo pra aproveitar mais o dia.
Delta do Parnaíba







Nosso quarto dia de viagem foi o melhor! Dia do passeio ao Delta do Parnaíba. No início estava em dúvida sobre levar o equipamento, mas acabei levando. O lugar é incrível! Desde o início do passeio, que passa por Parnaíba e começa a 11km da cidade no Porto dos Tatus, ficamos impressionados com as belezas naturais, a paz e a energia do lugar. Macacos, pássaros e até tucanos eram vistos de perto. 

Paramos numa prainha do rio com dunas belíssimas e seguimos para o Delta. Água por todos os lados no encontro do Rio Parnaíba com o Mar, lagoas que vão e vem, vento na medida certa! Ficar ali só contemplando já seria maravilhoso. Como não tinha mais ninguém além da gente, fiquei um pouco apreensiva de entrar pra velejar. Ainda não estava segura, orçando direitinho. Mas ver o Paulo se divertindo foi a motivação que faltava. Uma dose extra de coragem e lá fui eu. Não sabia que aquela seria uma das experiências mais fantásticas da vida! Vento perfeito, água lisinha... paisagem deslumbrante! Só duas pessoas na água velejando. E eu, finalmente, conseguindo orçar tranquilona, cheia de confiança! Era muita alegria! Ficamos quase três horas ali, onde a Veve fez fotos lindas! Foi O dia da viagem.




Saímos de lá com aquela sensação maravilhosa e até dormir não conseguíamos pensar em outra coisa. Sorrisão de orelha a orelha!









Praia do Macapá



O dia seguinte, porém, ainda trouxe surpresas inesquecíveis: resolvemos ir para a praia do Macapá, que fica a uns 30 minutos de Barra Grande no município de Luis Correa. É também um Delta e a água impressiona pelos tons de azul. Lá também não tinha quase ninguém velejando. Éramos nós e, mais tarde, mais umas 3 ou 4 pessoas! Infra estrutura zero, como no Delta. Então, tivemos que ir com o espírito preparado e uma dose extra de sorte e prudência para que nada desse errado. Deixamos tudo no carro, a chave no bar, e lá fomos nós, com equipamentos e a máquina, que Paulo voltou pra buscar, claro. Ainda bem, porque as fotos ficaram lindas! E mais uma vez voltamos pra pousada com aquela sensação maravilhosa de descobrir um lugar perfeito pra velejar, lindo lindo, com vento muito forte e bem vazio.



Jeri
Em Jeri o esquema foi diferente, mas não menos especial. Lá encontramos nossa amiga Chris Mattoso (grande velejadora!) e conhecemos outros cerca de quinze amigos que foram de Niteroi. 




E a rotina ficou bem divertida e animada! De dia velejo, de noite forró, samba e tudo que Jeri tem de bacana pra oferecer: vários restaurantes deliciosos, dentre os quais o Naturalmente, que tinha o açaí perfeito pro fim das atividades, com granola feita artesanalmente, além dos crepes mais incríveis! A sorveteria Gelato&Grano, a cachaçaria... E o melhor de tudo em Jeri: não se usa nem chinelo! Mas tem que gostar de areia, claro. Ela está em todas as partes.
Lá, ficamos na pousada Blue Jeri. Café da manhã excelente, mas sem aquele quintalzão com coqueiros que tínhamos em Barra Grande. A pousada também não tem uma guarderia e um local pra gente abrir e lavar os kites. Mesmo assim funcionou tudo bem. A piscina no terracinho tinha um visual “lindo de tudo”, especialmente pra ver o pôr do sol.
Já no primeiro dia tratamos de fazer uma massagem e a partir daí foram mais oito dias de velejo intenso. Ventos muuuuuito fortes! Mas com a ajuda do instrutor Neif ficou tudo mais tranquilo. Acabamos nos destacando na maior parte do tempo dos Kitebrothers porque precisávamos de lugares apropriados pra aprender. Começamos pelo Preá, na altura do Rancho do Peixe, no primeiro dia, com todo mundo. 





Ali é tranquilo, mas na Barrinha, lá para os lados das Eólicas, pra quem está iniciando no esporte, é melhor ainda. Isso porque a maré fica bem seca e se a prancha cair, dá pé por um longo trecho. 









O Downwind entre a Barrinha e o Preá é uma ótima oportunidade de estréia para os iniciantes nessa categoria! Mas quem quiser ir por terra vai encontrar pequenos restaurantes de pescadores com uma comida simples e muito boa! A especialidade por lá é a lagosta.
Outro lugar perfeito pra quem tá começando é o Guriú. Lá é um local que tem que ficar ligado na maré, mas além de muito lindo, é bem flat. Em um dos dias que fomos pro Guriú acabamos esticando até o Lago Grande, uma lagoa linda, parecida com a Paraíso (que infelizmente não conheci porque era um dia que não consegui me mover e tive que ficar dormindo na pousada).








É muita história pra contar. Nem os momentos mais tensos, em que buggy atolou e pneu da caminhonete furou (ao mesmo tempo e de noite!) tiraram a animação do povo. Demos um “nó de kite” e resolvemos tudo no melhor astral, ao som do animado DJ Mike, nosso bugueiro.
Fechamos a viagem com um “mini downwindzinho”, primeira experiência que eu e Veve tivemos nessa modalidade, com a companhia (e santa ajuda) do fantástico amigo e instrutor Rodrigo Sprite! Esse foi mais um daqueles dias em que a alegria não cabe dentro da gente! A Veve estava finalmente orçando e velejamos juntas por um bom tempo! Nesse dia até o motorista resolveu fazer aula e deixou a Veve de motorista do kitebus na volta!



Ainda na viagem de retorno a gente já lembrava com saudade dos lindos dias, das doces lembranças, das cenas pitorescas e engraçadas que vivemos... e, claro, dos amigos que esses dias especiais trouxeram.